A verdade exposta na Palavra de Deus é que Ele não se
preocupa apenas com a salvação da alma, mas também, com o aspecto social,
ecológico, bem estar em todos os sentidos desde o princípio para a vida do homem.
No decorrer de toda a história da igreja, também fica claro que a visão sobre a
pregação do Evangelho aos pagãos em todo o período da mesma, era não apenas um
ato de levar a salvação da alma, mas ficou notável a preocupação com a ação
social na mesma proporção que o ato de falar do Evangelho. “O século dezenove é
conhecido pela enorme expansão das missões cristãs em todo o planeta. Não se
deve imaginar, contudo, que os missionários se concentraram exclusivamente na
proclamação verbal. Eles o fizeram, naturalmente, mas também exerceram muito
trabalho social” (FILHO, 1999, pág.75).
A ação dos mosteiros nesse período
visava o ser humano mais necessitado como alvo de caridade, sendo assim um alvo
de missão holística ou integral. Tanto Lutero quanto Calvino, em seus escritos
e feitos, revelam frequentemente uma sensibilidade para a posição e
necessidades dos indivíduos dentro da sociedade, especialmente dos
desprivilegiados e dos pobres. A pregação sem o acompanhamento social não
é cumprir a missão dada à igreja. A salvação deve ser entendida como propósito
para o homem de forma holística nas áreas da sua vida.
A busca de uma prática da missão de Deus na América
Latina gerou vários congressos em busca da melhor forma de mover a igreja para
cumprir essa missão. Mas, foi em Lausanne, 1974, que passamos a entender que a
Igreja não é uma instituição político-partidária que deva defender qualquer
bandeira política, mas sim, uma instituição divina. O propósito é a pregação do
evangelho de Cristo, onde precisa ser um evangelho todo, para o homem todo,
para todos os homens. Com isso a igreja tem o dever ético e moral de ser mais
justa do que qualquer governo ou partido político pretenda ser. O evangelho é
para todos e por isso, o envolvimento na luta pelo social, por uma sociedade
melhor, por um mundo melhor, faz parte de uma luta pela integralidade do
evangelho.
Em suma, a igreja precisa chegar ao entendimento que a
prática da Missão em nossos dias, ainda é de forma desfigurada, não tão clara,
não com a intensidade que desejamos veementemente. A igreja de nossos dias
tem se preocupado com ganhar almas, mas nem sempre, e nem todas as denominações
dos nossos dias, sabem de fato que o resgate Divino de uma alma é mais além do
que apenas tê-los em nosso rol de membros. A missão da igreja não é apenas
pregar o Evangelho, mas se envolver no “inculcar” os conceitos da Bíblia nas
vidas de cada pessoa que temos oportunidade de conviver, a tal ponto de vê-los
em pouco tempo vivendo um resgate da ação social, da preocupação ecológica, de
se envolver na busca de uma educação melhor. De fato estamos longe, mas
seguindo para o alvo em Cristo, como nos diz a Palavra: “ A vereda do justo é
como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito
(Provérbios 4.18) “.
Que Deus nos ajude!!!
Pr. Abnaildo Durães
*FILHO,
Antônio José do Nascimento, “Missiologia”, Manuscrito digitado. São Paulo:
Seminário Teológico Rev. José Manoel da Conceição, 1998.
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