Há poucas horas findou um
programa muito interessante sobre o tema “escravidão contemporânea”. Durante o
mesmo, foi esclarecida que o regime de trabalho escravo é uma triste e dura
realidade nos dias de hoje. O mais interessante foi saber que muitos vivem
nesse regime sem saber que estão no mesmo.
Durante o programa, fiquei me
questionando sobre a realidade assistida e pensei em como seria difícil viver
daquela forma. A pergunta que fiz é se alguém teria condições de viver feliz
dentro daquela realidade. Lembrei-me então, de uma história real, onde 2
jovens fizeram a opção de viver como escravos por amor a pregação da Palavra de
Deus. Conta a história que esses jovens, que tinham cerca de 20 anos de
idade, ouviram sobre uma ilha no Leste da Índia onde 3000 africanos trabalhavam
como escravos e cujo dono era um Britânico agricultor e ateu.
Os jovens fizeram contato com o
dono da ilha e perguntaram: Podemos ir
para essa ilha como missionários? A resposta do dono foi imediata: ”
Nenhum pregador e nenhum clérico chegariam a essa ilha para falar sobre
essa coisa sem sentido”. Então eles voltaram a orar e fizeram uma
nova proposta: “E se fossemos a sua ilha
como seus escravos para sempre?”, O homem disse que aceitaria, mas não
pagaria nem mesmo o transporte deles. Então os jovens usaram o valor de sua própria venda para
custear sua viagem. No dia da partida para ilha, as famílias estavam reunidas
no porto para se despedirem dos jovens. Houve orações choros e abraços, amigos
e familiares puderam dar o último adeus para seus irmãos. E algumas pessoas
falaram: porque vocês estão fazendo isso? Vocês nunca mais irão ver seus
familiares e amigos, e vão ser escravos para o resto de suas vidas! Mas quando
o barco estava se afastando do porto os dois jovens levantaram suas mãos e
declararam em voz alta: "Para que o Cordeiro que foi imolado
receba a recompensa por seu sacrifício através das nossas vidas".
Sendo assim, cabe a nós, viver
como escravos do Evangelho de Cristo? O
Dr. Russel Shedd disse em um artigo: ”...
Na escravatura humana, a obediência é exigida e forçada. No velho império
romano, um escravo que se arriscava a desafiar a autoridade do seu senhor
poderia esperar conseqüências das mais severas. Um dono irritado poderia até
matar seu próprio servo sem prestar contas a ninguém. Jesus Cristo não trata seus “escravos”
assim: Muitas vezes nos permite desobedecer sem que recebamos qualquer castigo
divino. Em raras ocasiões, Ele nos corrige como um bom pai que quer o melhor
para o seu filho amado. Por isso, Henry Martin, missionário consagrado na Índia
no início do século 19, escreveu: “Se nosso coração covarde te negar em íntimo
pensamento, ou obra, ou palavra, não deixe nossa dureza ainda te desafiar, mas,
com um olhar, subjuga-nos, Senhor” (Refrigério para a Alma, Shedd Publicações,
p. 191).
Servir
a Deus, portanto, requer amor e entendimento que sofrimentos virão, pois, “no
mundo tereis aflições” foi o que disse Jesus (João 16.33). Mas, lembremos
também que o mesmo Jesus nos enche o coração de esperanças quando diz: “não
temais, eu venci o mundo” na segunda parte do versículo e “estarei convosco
todos os dias até a consumação dos séculos”, conforme Mateus 28.20. Desafie-se
a dizer: "Eis-me aqui, envia-me a mim"; Lute por uma vida sem
escravidão ao pecado; Defina-se no Reino de Deus como alguém rendido a vontade
DEle e portanto seu amigo.
Como
aqueles jovens (os famosos irmãos morávios, que viveram no século 18), lute por
uma causa onde vidas serão libertas e vivas para que Cristo seja conhecido por
todos que o rodeiam.
Em Cristo,
Pr.Abnaildo Durães
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